As crianças são menos propensas a serem diagnosticadas com estrabismo, se vivem em comunidades pobres, defende um estudo de pesquisadores da Universidade de Michigan, publicado na revista Ophthalmology

“O estudo é motivo de preocupação porque o estrabismo pode levar à perda de visão permanente se não tratado, no início da vida, para não mencionar o impacto adverso sobre a autoimagem da criança”, afirma a oftalmopediatra Andrea Greco, integrante do corpo clínico da Singular Oftalmologia. 

Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores americanos analisaram dados de 1 milhão de crianças de 10 anos ou menos. Os autores encontraram uma profunda divisão racial nas taxas de diagnóstico de estrabismo. As crianças brancas são duas vezes mais prováveis ​​ de serem detectadas com estrabismo do que as crianças negras e hispânicas, uma diferença que os fatores biológicos não podem explicar. Os pesquisadores também notaram diferenças nas taxas de estrabismo com base na comunidade onde a criança vivia. 

Os autores do estudo dizem que os resultados destacam a importância de garantir que todas as crianças tenham acesso a cuidados oftalmológicos e a serviços necessários para diagnosticar corretamente e tratar o estrabismo. 

O estudo abrangeu crianças com idades entre 10 anos e mais jovens, que vivem em Michigan, e na Carolina do Norte. A base de dados inclui dados de todas as crianças inscritas no Medicaid nos Estados Unidos. 

Importância do tratamento do estrabismo 

“O tratamento do estrabismo é uma das intervenções oftalmológicas mais importantes para a saúde infantil. O tratamento pode abranger a cirurgia do músculo do olho ou o uso de um tampão sobre o olho melhor para forçar ‘o olho mais fraco’ a trabalhar mais duramente e desenvolver uma visão melhor. As causas para o aparecimento  do estrabismo nem sempre são claras, mas na maioria dos casos, o problema está presente logo após o nascimento. Assim, a avaliação do oftalmopediatra, logo, após o nascimento, se faz extremamente necessária, independente da faixa de renda familiar”, destaca a médica.

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